Sexta-feira, 26 de abril de 2024 |
Animais, alegria para toda a famíliaPor Julienne Gananian * Animais de estimação oferecem carinho e companhia, ajudando até a curar a depressão. Quem resiste? |
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"Em casa, nossas quatro gatas são como quatro crianças. Quando temos um tempinho, tomamos sol no quintal e aproveitamos para brincar e nos distrair com elas. É impressionante: quase 80% das nossas conversas giram em torno deste assunto", Carla de Oliveira, estudante em São Paulo.
Quem tem animaizinhos de estimação sabe quanta alegria e companhia eles proporcionam. Facilmente conquistam e se apegam a todos, tornando-se praticamente um membro da família. "Geralmente há uma tendência de humanizar o animal, considerando-o como uma pessoa de verdade", afirma a veterinária Rúbia Burnier.
Mas nem tudo é só alegria... Afinal, a responsabilidade e os deveres crescem, gerando, muitas vezes, discussões. Cuidados como alimentação adequada e com horários definidos, atenção e recreação são fundamentais para o bem-estar do bichinho e todos precisam colaborar. Além disso, gastos com consultas no veterinário, vacinas, ração e brinquedos engordam, no final do mês, a despesa familiar.
A partir dos cinco anos as crianças já conseguem entender que o animal não é um brinquedinho, devendo ser tratado com carinho e respeito. Ganham responsabilidade ao ajudarem nas tarefas diárias como alimentar, passear e cuidar, sempre com a supervisão de um adulto. "A possibilidade de recreação nas brincadeiras com o animal cria ótimas oportunidades para elas melhorarem sua auto-estima. Surgem também alguns insights sobre vida e morte, quando acontece a perda do animal" ressalta a veterinária.
Algumas crianças modificam sua forma de se relacionar com os demais, aprendem a respeitar as "coisas vivas" e sentem maior facilidade em demonstrar seus sentimentos, como carinho, amizade e dedicação. Com o desenvolvimento da responsabilidade, os pequenos dedicam-se mais aos estudos e às pessoas ao seu redor, melhorando o seu desempenho escolar e social.
Mesmo para os mais grandinhos, a convivência traz ótimos momentos de relaxamento e lazer. Um exemplo é a top model Giselle Bündchen. |Ela já declarou inúmeras vezes, publicamente, que apesar de conhecer diversas pessoas pelo mundo todo, nas horas de tristeza e solidão procura Vida, sua cachorrinha e melhor amiga.
Esse vínculo entre adultos e seus bichos de estimação desvenda-se facilmente. Com eles, todos voltam a ser crianças e os problemas do dia-a-dia desaparecem. Os dedicados donos brincam com seus animaizinhos, correm atrás, dão beijinho, acariciam... Como conseqüência, a família toda se diverte e, na maioria das vezes, sente-se mais unida.
"Quando o meu pai comprou a Cindy, minha cachorrinha yorkshire, a família ficou mais próxima. Passamos a conversar mais ainda e a brincar juntos. Acho que um animalzinho de estimação, quando realmente querido, é sempre muito bem-vindo", garante Carolina Monteiro, estudante em São Paulo.
Os bichinhos oferecem fidelidade, carinho e amor incondicional, ideal para todas as pessoas, principalmente para aquelas que se sentem sozinhas. Ao acariciar um animal o organismo humano libera certa quantidade de endorfina. Essa substância, a mesma que um atleta recebe quando está plena atividade física, promove sensações de prazer que ajudam em tratamentos, como da depressão ou hipertensão.
Com a orientação de veterinários e psicólogos, o animal de estimação funciona como co-terapeuta em outros problemas também. "Eles ajudam em casos de deficiência física, autismo, esquizofrenia, senilidade. Não que o animal cure, mas contribui para atingir certos objetivos, desde que os programas contem com profissionais habilitados e responsáveis" ressalta Mauro Lantzman, professor de psicobiologia da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC).
A Associação Laramara, de São Paulo, por exemplo, acolhe diariamente crianças deficientes de diversas instituições. No sítio Lajota, os pequenos se divertem e encontram nos bichinhos companhia e amizade verdadeira. Os pôneis, ovelhas e cães, ao contrário de muitos seres humanos, tratam todos da mesma forma, oferecendo cumplicidade e amor aos deficientes. Além disso, a equipe do Laramara treina cachorros labradores para acompanhar pessoas com deficiência visual, contribuindo para que estes ganhem mais independência e segurança.
Para escolher o animal de estimação adequado, analise o espaço e tempo que a família tem disponíveis para oferecer ao novo companheiro. Pássaros, peixes, hamsters, gatos e cães de porte pequeno são uma ótima opção para quem mora em apartamento pequeno e não tem muito tempo para exercita-los.
Mas atenção! Nada de comprar por impulso ou só porque achou bonitinho. "A experiência traz certa insegurança e frustração se a família adquirir um animal sem escolher a raça mais adequada ou sem levar em conta as mudanças na rotina da casa" alerta a Dr. Rúbia Burnier. Desta forma, atenção na hora de decidir e, se não houver dúvida, aproveite! Afinal, quem resiste ao olhar de um cãozinho ou ao carinho de um gatinho?
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