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Brincando também se aprende!

Por Carla Oliveira *


Brincar é muito importante e, mais do que isso, um direito das crianças. Por isso, não subestime essa atividade!

"Toda criança tem o direito ao descanso e ao lazer, e a participar de atividades de jogo e recreação, apropriadas à sua idade, e a participar livremente da vida cultural e das artes". É isso o que afirma o artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU - Organização das Nações Unidas.


Quando se fala em criança, a brincadeira realmente é um assunto sério. Brincar, além de divertido e prazeroso, é essencial para o desenvolvimento e o aprendizado dos pequenos. Existe até uma ONG internacional que defende essa causa: a IPA - International Play Rights Association. Sua afiliada brasileira, a IPA Brasil - Associação Brasileira pelo Direito de Brincar - foi fundada em 1997.

Por que brincar?

"O brincar é o mundo da criança, é através dele que ela se manifesta. A criança pequena usa da brincadeira para imitar, e assim experimentar, suas relações com o mundo e com as outras pessoas. Quando maiores, os jogos vão requisitar o raciocínio, a inteligência, as relações sociais e de afetividade, o desenvolvimento físico, a acuidade dos sentidos e as questões éticas", explica Vânia Dohme, ludoeducadora em São Paulo.


Vânia também destaca a importância de brincar em grupo para o desenvolvimento social. Em grupo, a criança aprende a liderar, ser liderada, cooperar, compartilhar e, além disso, descobre e desenvolve suas próprias habilidades e a de seus colegas. "Ela aprenderá que corre muito, é ágil, mas que seu companheiro que não é ágil, é inteligente, criativo, e um terceiro tem grande habilidade artística", afirma Vânia. Com o tempo, a criança começa a valorizar e tolerar os demais, e aprende a importância do trabalho em equipe. "Ela reconhece que cada qual tem o seu valor, e aprender a explorar positivamente estes valores em prol do grupo", ressalta a ludoeducadora.

Ensinar brincando

Vânia defende o uso de brincadeiras e jogos na sala de aula como um veículo para o aprendizado. "Quando forçamos a criança a assistir às aulas sentada, de forma passiva, estamos indo contra a sua natureza, que é ruidosa e alegre. Quando brincamos, estamos indo ao mundo da criança, a adesão é fácil, ela participa com interesse, rende melhor e estabelece uma relação de confiança com seus colegas e com o educador", ressalta.


Para Vânia, a brincadeira é uma ferramenta excelente para desenvolver as múltiplas inteligências da criança. "Como desenvolver a atenção, o raciocínio lógico, a imaginação? Contando histórias. Como desenvolver a habilidade social, o relacionamento? Com jogos de equipe. Como desenvolver a habilidade de expressão verbal e corporal? Fazendo dramatizações. Como desenvolver habilidades artísticas e criativas? Fazendo artesanatos, trabalhos manuais", afirma.


Os professores devem inserir brincadeiras que estejam à altura da compreensão e interesse das crianças, com desafios instigantes. E, além disso, que contenham uma mensagem educacional adequada ao conhecimento que se deseja transmitir. "Uma atividade ludoeducativa de qualidade é aquela que entrelaça um bom jogo com uma mensagem de qualidade", define Vânia.

O papel dos pais

Valorizar o brinquedo e acompanhar a brincadeira dos filhos: essa é a função dos pais. Isso não significa necessariamente sentar e brincar junto - o que é muito bom, mas nem sempre possível - mas não encarar o brinquedo apenas como algo que irá distrair o filho enquanto os pais fazem outras coisas.


Quando for comprar um brinquedo, escolha aquele que permite uma interação, e despreze aqueles que seu filho quer só porque todo mundo tem, e que depois de uma semana estará jogado num canto. "A oferta de brinquedos deve ser ao longo do ano, e não concentrada no Natal e no aniversário. Uma boneca, por exemplo, poderá ir recebendo roupinhas, acessórios e móveis aos poucos, gerando uma relação de afetividade e compromisso das crianças", destaca Vânia.


Segundo a ludoeducadora, os pais também devem saber que a criança necessita de convívio com outras crianças e que na escola, no balé ou no judô, nem sempre ela tem espaço para a brincadeira espontânea. Assim, eles precisam proporcionar situações em que seus filhos brinquem com a turma.


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