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Final de ano escolar

Por Lucy Casolari *


Esta é a época das tradicionais comemorações de despedida e encerramento do ano. Procure aproveitá-las!

As escolas programam apresentações, nas quais são mostradas as habilidades dos alunos. No caso dos pequenos, principalmente, constituem momentos emocionantes para mães e pais, pois é quando se percebe concretamente quanto os filhos já cresceram, do que já são capazes... Sem dúvida, remetem ao tempo em que ainda eram bebês e dependentes em tudo, e agora enfrentam o "público": cantam, dançam, representam...


Participar desses eventos é importante para os filhos, e para os pais é o momento de demonstrar interesse com perguntas sobre o trabalho, observar suas reações, incentivando-os a vencer suas inseguranças. É assim que a criança constrói a noção de tempo, se despede da professora, de alguns colegas e, por vezes, até da escola.

O amigo-secreto

Desses rituais também fazem parte as festinhas de último dia de aula, com a brincadeira de amigo-secreto e a colaboração de um prato ou refrigerante por aluno. Para isso, a escola deve informar com clareza as regras, tipo de presente (livro, material de papelaria, brinquedo, chocolate) e seu respectivo valor. A família, por sua vez, deve procurar respeitar o que foi combinado. Assim, na hora da troca de presentes, não haverá constrangimentos, pois todos estarão dando e recebendo artigos semelhantes. Quanto aos pratos, incumbência de cada mãe, é necessário se ater ao que foi combinado. Não se esqueça de que cada um dos colegas de seu filho vai também levar sua colaboração.

Avaliação do ano escolar

Final de ano é uma excelente oportunidade para avaliar o envolvimento de seu filho com o trabalho escolar. Também é tempo de refletir sobre a atuação do pai e da mãe. Educar é uma tarefa árdua, feita no contrafluxo, com decisões e interferências que precisam ser feitas em meio à correria do dia-a-dia, com todos os problemas para serem resolvidos, o que não é nada fácil. Mas também não é impossível. Nos primeiros anos, de modo geral, as crianças estão muito interessadas em aprender coisas novas, enfrentar desafios e dificuldades. Ao longo da escolaridade, essa postura positiva tende a se transformar em menos disposição.


Cabe aqui uma observação mais atenta:

  • Como seu filho lida com as novidades escolares? É entusiasmado ou apático?
  • De que maneira tem trazido os conhecimentos para casa: com confiança e tranqüilidade ou mostra-se ansioso e inseguro?
  • Alguma dificuldade específica tem sido notada?
  • Qual a opinião da escola a respeito do rendimento e do desempenho social de seu filho?

    A análise das questões acima vai dar pistas para a melhor compreensão do papel de aluno que está sendo desenvolvido. Uma conversa franca e aberta com ele pode ser muito proveitosa; procure realmente escutá-lo, assim será possível esclarecer pontos nebulosos e estabelecer formas positivas de ajuda.

    Auto-estima, confiança e equilíbrio

    Seu filho precisa sentir que os pais confiam verdadeiramente em sua capacidade. Isso é fundamental para o desenvolvimento da auto-estima, portanto cuide de valorizar os esforços e sucessos reais (não o elogio a torto e a direito).

    Ele, como toda criança, deve ter alguns pontos que precisam ser mais bem resolvidos, seja o cuidado com as lições, a maior dedicação aos estudos, a intolerância com os outros... Na conversa, é importante demonstrar clareza quanto ao que precisa ser alterado, cuidando para que toda e qualquer crítica seja dirigida ao comportamento da criança, e nunca a ela própria, menos ainda em público.


    Encontrar o equilíbrio entre o reconhecimento das qualidades e a crítica construtiva exige boas doses de bom senso, capacidade de discernimento e, claro, paciência de monge...


    O final do ano escolar é o tempo ideal para todas essas reflexões, o que pode dar angústia, principalmente se o foco ficar fechado "no que falta". Portanto, esse balanço de perdas e ganhos só é produtivo se for feito para enxergar o todo: erros e acertos, idas e vindas. E que no próximo ano as conclusões deste possam ser retomadas para vislumbrar caminhos positivos para o desenvolvimento e a felicidade de filhos e pais.



    * Lucy Casolari é pedagoga e educadora


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