Quinta-feira, 18 de abril de 2024 |
A toxoplasmose é uma doença provocada por um parasita, o Toxoplasma gondii, que tem como hospedeiro principal os felinos, dentre eles, os gatos. Esse parasita se fixa na mucosa da parede intestinal e libera cistos com inúmeros toxoplasmas, que são eliminados junto com as fezes do animal. Como os cistos sobrevivem por longos períodos na terra, podem acabar contaminando frutas, verduras e também outros animais. Sendo assim, este parasita pode ser encontrado também em ovos mal cozidos e carnes mal passadas.
A toxoplasmose é uma doença inofensiva para a grande maioria das pessoas, já que não causa nenhum sintoma em 90% das vezes. Nos 10% restantes, a doença apresenta sintomas parecidos aos de uma gripe, como febre, coriza e dores nas articulações. O sinal mais importante é a presença de gânglios occiptais, popularmente conhecidos como "ínguas", atrás das orelhas, que podem ocorrer eventualmente e permanecer por semanas ou meses.
No entanto, o contágio da toxoplasmose durante a gravidez pode ser muito perigoso, não para mãe, mas para o seu bebê, pois os cistos podem passar pela placenta e atingir o feto. "Esta infecção é de enorme gravidade para os fetos, podendo causar malformações graves como: catarata congênita, retardo de crescimento, hepatoesplenomegalia, edema generalizado e hidrocefalia, que muitas vezes gera retardo mental grave ou morte da criança", explica o ginecologista e obstetra Márcio Pires, especialista em Medicina Fetal e mestre em Obstetrícia pela Universidade de São Paulo.
A doença é diagnosticada por meio de um exame de sangue específico, que normalmente é feito no pré-natal. Porém, é bom ficar sempre atenta. Se você apresentar uma gripe que demora a passar ou notar a presença de gânglios atrás das orelhas, marque uma consulta com seu obstetra o mais rápido possível.
Quando a gestante tem a doença nos 3 primeiros meses de gravidez, a chance do bebê se contaminar é de 0 a 15%; entre 3 e 6 meses, esta chance é de 15 a 60% e, entre o sexto e o nono mês, pode chegar a 90%. As malformações ocorrerão quanto mais jovem for o feto. Sabe-se que os fetos contaminados até o terceiro mês de gravidez podem apresentar graves malformações, e os que adquiriram a doença após o sexto mês tem grande chance de nascerem sem qualquer alteração.
Todas as gestantes com toxoplasmose comprovada ou mesmo com suspeita da infecção recebem tratamento com a substância Espiramicina, até o nascimento do bebê. Esta droga diminui em até 60% a chance da doença passar para o feto. Para avaliar se o feto foi contaminado é feita uma análise do líquido amniótico ou mesmo do sangue fetal. "Se o feto tiver sido atingido, o tratamento é feito com o uso de outros medicamentos que podem impedir a piora da doença ou mesmo curá-la na fase inicial", explica o Dr. Márcio.
O especialista alerta ainda que todos os bebês devem ser tratados após o nascimento, mesmo que não apresentem nenhum sinal da infecção. Isso evita seqüelas como a coriorretinite, que pode ocorrer na primeira infância ou mesmo na adolescência, acarretando problemas visuais graves.
As pessoas que já tiveram toxoplasmose adquirem imunidade definitiva para a doença, portanto, é fundamental fazer um exame de sangue antes de engravidar para saber se você é imune. Se você for imune, não há com que se preocupar. Caso contrário, é necessário tomar uma série de cuidados e repetir o exame mensalmente durante toda a gestação. Veja algumas dicas para evitar essa doença:
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