Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Digimon no pedaço!

Por Norma Leite Brandão *


  • Por que você gosta de Digimon?
  • Porque é divertido, porque o jeito dos personagens é legal, tem ação, suspense. A personalidade de cada "digiescolhido" mexe comigo porque a gente acaba preferindo o que mais tem a ver...E os pais, sabem o que

  • Quem fala, no começo, é Daniel, um menino de 11 anos que não perde um episódio da série Digimon. Disputa a TV, deixa de ir para a rua brincar, esquece os estudos. Não é para menos. Os ingredientes dessa aventura são explosivos. Forma e conteúdo cuidadosamente elaborados para atender a um público exigente... Como diz Daniel, há suspense, diversão, ação... e possibilidade de escolhas de heróis, diferentes personagens que simbolizam diferentes virtudes. Conheça conosco um pouco da história...


    Tudo começa com a escolha de oito crianças da Terra que são transportadas para um estranho mundo, o Digimundo. São crianças escolhidas por deuses e sua tarefa é salvar esse lugar, ou seja, combater o mal existente. Lá elas encontram oito criaturas, suas aliadas, que as ajudarão na tarefa de combater os digimaus, seres malévolos...

    As crianças eleitas ou os Digiescolhidos

    Como explicam os fãs, a escolha desse grupo de meninos, os digiescolhidos, aconteceu por alguns critérios básicos. Cada uma das crianças eleitas possui uma característica marcante, que representa uma virtude.

    Tai - coragem (líder nato)

    Matt - amizade

    Sora - amor

    Mimi - sinceridade

    Izzy - sabedoria

    Joe - confiança

    Tk - esperança

    Cari - luz



    Os heróis da série só encontram função, é claro, se houver um inimigo a enfrentar... Bem, inimigos não faltam! São os digimaus, diferentes personagens que são combatidos em episódios recheados de ação. Importante dizer que esse é um desenho menos violento que outros. As personagens não têm contato físico na luta. Não dão socos e chutes. Como diz Daniel, nosso entrevistado, o que vale é a luta de poder, com rajadas, bolas de fogo, raios, meteoros, ataque elétrico, mísseis, ataque de peixes...


    Isso acrescenta à série diversão e situações bem distintas em cada combate, onde são encontrados os digimaus: Devimon, Etemon, Miotysmon, Metal Cidramon, Pinóquimon, Metal Etemom, Mugendramon, Piedimon, Apocalimon (líder de todos).

    O bem contra o mal numa versão moderna

    É, a versão é moderna mesmo! Saiba que os seres do Digimundo são feitos de dados de computadores! O Digimundo parece representar a rede de computadores da Terra! Para combater o mal, os heróis se transformam, então, em dados computadorizados...


    Pois bem, seu filho está mesmo em contato direto com essa nova linguagem... rede, computadores... coisas da tecnologia. Explica tudo isso com a maior naturalidade. Mas não se iluda: a história que está por trás de tudo isso é a eterna aventura do bem contra o mal... reproduzida, através dos séculos, de diferentes maneiras, pelos autores de livros, roteiros de cinema, peças de teatro. O que o desenho buscou foi traduzir essa luta para os tempos atuais. Para isso utiliza personagens com diferentes características e uma linguagem mais atual.

    Afinal, o que fazer com esse novo feitiço?

    Essa parece ser sempre a grande questão dos pais. Em que medida os desenhos e a programação da TV tem efeitos sobre seus filhos, o que proibir, o que permitir?
    Parece ser a grande preocupação de especialistas também. Mas, quando assistimos a desenhos como esse, há alguns itens que parecem gozar de aceitação geral: ter heróis, sonhar com super-poderes para a transformação do mundo, lutar contra o que está errado e, sobretudo, identificar-se com personagens que representam virtudes. Tudo muito positivo.


    Então, por que a inquietação? Talvez porque as crianças fiquem horas e horas diante da telinha... talvez porque não estejam mais procurando essas coisas todas em outros veículos também. Provavelmente nos inquiete, ainda, perceber que há outras fontes nas quais os filhos não têm se alimentado com a mesma freqüência e entusiasmo: os livros, as peças de teatro, as brincadeiras de rua e porque, além de tudo, ficam tomados pelo consumo que vem a reboque dessa mercadoria.

    Use os Digimons a seu favor

    O papel dos pais parece ser, no momento, o de buscar equilíbrio colocando limites, e o de abrir um leque maior de opções para as crianças. Os desenhos infantis não parecem, de maneira geral, ser maus em si. O que dificulta tudo é a permanente leitura de uma única forma de expressão.


    Vale refletir um pouco sobre essas questões, assim como vale dizer que, diante de desenhos que, por algum motivo nos preocupem, uma das boas saídas encontradas é conhecer o que está mobilizando nosso filho e ouvi-lo falar a respeito. Quando ouvimos as crianças, na maioria das vezes nossos medos desaparecem... porque percebemos que podem estar atrás de valores, de fantasias, de eixo que os ajude a se estruturar como pessoas. Buscam tudo isso de forma lúdica...se você se dispuser a ouvi-las sem restrições, descobrirá coisas incríveis!


    Converse sobre assuntos importantes sem fazer longos e reiterados discursos que não funcionam. Nessa idade, estabelecer diálogo é fundamental. Se o desenho puder ser um instrumento para isso, aproveite! Afinal parece ser sempre esse o papel dos filhos: ensinar a seus pais novas formas de comunicação e rever o mundo com os olhos da fantasia e da curiosidade! Vá à luta! Conheça melhor os digiescolhidos e suas virtudes. Escolha seu herói e entre nessa saga! Talvez seja uma excelente oportunidade de diversão e parceria com seu filho.


    Em tempos modernos, ser um digipai ou uma digimãe pode ser uma boa pedida! Boa sorte!

    * Norma Leite Brandão é pedagoga e educadora.


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