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Era uma vez...

Por Carla Oliveira *


Não há nada mais gostoso do que sonhar com um príncipe encantado... permita que seus filhos vivam a magia dos contos de fadas! Além de divertidas, as histórias ajudam as crianças a entender melhor seus próprios sentimentos.

Há muito tempo atrás, num lugar bem longe daqui, nasciam os contos de fadas. Se fôssemos contar a origem desse tipo de história, teríamos que começar assim mesmo, de forma imprecisa - tal como se iniciam os próprios contos de fadas. Os primeiros livros são datados do século XVII, mas isso não significa que foram escritos naquela época. "Esses escritores apenas relataram as histórias que lhes tinham sido contadas por outras pessoas que, por sua vez, as tinham ouvido de seus pais e avós; histórias que pertenciam à cultura e à tradição dessas famílias", explica a educadora Vânia Dohme, autora do livro "Técnicas de Contar Histórias".


O fato é que realmente não importa onde, quando e nem por quem foram escritos os contos de fadas. Aliás, o grande mérito deles é justamente esse. Ninguém sabe como surgiram exatamente, mas todos se identificam com eles. Histórias como a da Cinderela e da Branca de Neve fazem sonhar as crianças do Brasil, da China, da Austrália, do Marrocos... E são essas mesmas histórias que também fizeram sonhar os pais dessas crianças, os avós, os bisavós...


Nem todos os contos de fadas têm, necessariamente, uma fada. Eles recebem essa denominação porque as fadas remetem à magia, encantamento e feitiços, estes sim elementos essenciais desse tipo de contos. Em Cinderela, por exemplo, a fada transforma ratos em cavalos, roupas velhas num lindo vestido bordado com fios de ouro e uma abóbora em carruagem. Não há imaginação, por mais preguiçosa que seja, que não se deslumbre com essas traquinagens.


"Outra característica dos contos de fadas é a independência com o tempo e com o espaço. As histórias podem acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar, simplesmente quando Era uma vez...", explica Vânia. Além disso, os personagens das histórias têm qualidades extremas, sem meio termo. Ou são belas ou muito feias, ou boas ou más e assim por diante. Isso faz com que cada personagem seja muito marcante - impossível esquecer a crueldade da madrasta da Branca de Neve ou a doçura da Bela Adormecida!

Felizes para sempre

Além de estimularem a imaginação e a criatividade, os contos de fada possibilitam às crianças a compreensão de alguns fatos que elas não conseguem entender. "Um exemplo é a história de Chapeuzinho Vermelho. A criança ouve seus pais falarem do medo e tem medo também sem saber do quê. O lobo funciona como um símbolo do perigo, de alguém com quem é preciso ter cuidado. Pronto! O medo tem cara, pêlos e dentes afiados: é um lobo! E o que acontece? Ele engole chapeuzinho, o que significa que os temores se concretizaram", explica a educadora.


No final da história, o caçador abre a barriga do lobo e salva a Chapeuzinho Vermelho. "Esta história mostra à criança que o medo tem forma mas, mesmo que terríveis males aconteçam, as coisas podem acabar bem, o que lhe dará esperança e, conseqüentemente, segurança", conclui Vânia. Essa contextualização dos sentimentos é muito importante para crianças até os sete anos de idade, pois seu entendimento ainda está mais baseado na emoção do que na razão.


Os contos de fadas também ajudam a promover a estabilidade emocional dos pequenos, fornecendo respostas às suas dúvidas e medos. Um exemplo disso é que todos os contos de fadas terminam com um casal vivendo feliz para sempre. "Os casais felizes lhe mostram que no futuro também está reservado alguém que lhe vai dar total atenção, com o qual viverá feliz para sempre!", revela a educadora.


A presença freqüente das madrastas nas histórias de fadas também tem uma função muito importante, pois, segundo Vânia, ajuda as crianças a entender o sentimento ambíguo que têm pelas mães. "Como pode sua mãe meiga e carinhosa se tornar nervosa, tão brava e dando tantas broncas? É mais fácil entendê-la como uma madrasta má, que pode ser descartada facilmente, para dar lugar novamente à mãezinha que ele tanto ama", explica.

Participe das histórias!

Cinderela, Rapunzel, João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, A Bela e a Fera, O Mágico de Oz e Pinóchio são alguns dos contos de fada mais tradicionais que não podem deixar de ser apresentados para as crianças. Mergulhar numa história repleta de monstros, princesas, seres enfeitiçados, castelos e lugares mágicos é uma experiência inesquecível. Quem nunca pegou um livro que leu quando era criança e percebeu que conhecia as frases de cor e reconheceu cada figura, como se as tivesse visto no dia anterior?


Para aumentar a intensidade dessa experiência, é muito importante também que você leias as histórias para os seus filhos. "Estes momentos trazem uma cumplicidade que aumenta os laços afetivos, a confiança e a camaradagem", diz Vânia. Atenção: ler uma história é diferente de contar. Ler a história como se estivesse lendo bula de remédio, só para que seu filho durma logo, não está com nada. Deixe a preguiça de lado e viva esse momento. Conte a história devagarzinho, com entonação, interpretando-a, abusando de expressões faciais e gestos, mudando algumas palavras, franzindo as sobrancelhas, fazendo uma pausa misteriosa. Entre na história!


Depois de lê-la, você pode também alugar o filme para assistirem juntos. A Disney transformou muitos contos de fadas em desenhos maravilhosos, que se mantêm fiéis às mensagens e à fantasia que eles carregam. E não pare por aí! Use fantoches, bonecos, teatro de sombras, tudo o que for possível para que as histórias adquiram cada vez mais elementos diferentes, novos, fazendo a imaginação voar ainda mais longe.


Quando seu filho for um pouco mais velho, por volta dos oito ou nove anos, provavelmente perderá um pouco o interesse pelos contos de fadas. Nessa idade, você não poderá deixar de comprar para ele um livro de fábulas, aquelas histórias curtinhas que sempre apresentam uma lição no final, como "A raposa e as uvas", "A cigarra e as formigas" ou a famosa "A lebre e a tartaruga". As fábulas também contêm ensinamentos preciosos. Mas aí já é outra história... que fica para uma outra vez!


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