Sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Ciúme entre irmãos

Por Monica C. Burg Mlynarz *


De que forma você entende e administra o sentimento de ciúmes de seus filhos? Aprenda, aqui, algumas maneiras de driblar esse problema tão comum.

Muitos pais consideram que ciúme, raiva ou inveja não são sentimentos "nobres". É muito comum um pai ou uma mãe dizerem que o filho não deve sentir ciúme do irmãozinho, mas sim amá-lo muito, como se esse sentimento não pudesse conviver ao mesmo tempo no mundo emocional da criança. É muito freqüente mães e pais ficarem assustados ao se depararem com seu
filhote dizendo que quer jogar o caçula na lata de lixo ou fazê-lo desaparecer de algum jeito.


Alguns pais ficam receosos quando decidem ter o segundo filho, por não se considerarem preparados para dividir a atenção entre eles. Outros temem causar qualquer tipo de sofrimento ao primogênito. É comum os pais se reportarem a suas próprias experiências infantis e lembrarem como se sentiram com relação aos irmãos e ao afeto de seus pais.


Saiba que para a mulher a chegada do segundo filho muitas vezes é mais complicada que para o marido, pois ela passa a ter de se dividir em três. E sabemos perfeitamente que a divisão por igual não é possível: um recém-nascido demanda uma atenção mais intensa e imediata e o que acaba acontecendo é que o primogênito e o marido se sentem prejudicados.



É difícil definir o ciúme, pois ele não inclui apenas uma única emoção. Trata-se de uma combinação de muitos sentimentos, tais como a raiva, a insegurança, a mágoa, o ressentimento, entre outros. Por outro lado, tendo acompanhado o crescimento de tantas famílias, tenho certeza de que o aprendizado que envolve o abrir mão do desejo de exclusividade que todo ser humano almeja é uma grande conquista, um grande ganho para viver de forma mais saudável os relacionamentos durante a vida.

Ajude seu filho a superar essa fase

É muito importante que os pais possam estar em sintonia com os sentimentos das crianças e ajudá-las a se manifestar. Diante de uma cena de ciúme, podemos dizer, por exemplo: "Eu entendo que às vezes você prefira que seu irmão não existisse, mas, se isso acontecesse, eu ficaria muito triste, pois eu amo muito meus dois filhinhos".


Lembre-se de que devemos tentar evitar que a criança se sinta má por estar sentindo raiva e ressentimento em relação ao irmão. Ao percebermos que nossos filhos estão inseguros, devemos procurar dar a eles uma atenção diferenciada. E lembrar a eles a grande felicidade que sentimos quando eles nasceram.



Se você está vivenciando essa fase, procure criar oportunidades para que seus filhos brinquem juntos. Assim eles poderão construir as bases de um bom relacionamento, além de descobrir o grande prazer de compartilhar brincadeiras. Saiba que sua atenção em tempo integral não é garantia de que seu filho deixe de sentir ciúme. E aí vai um conselho aos pais: tentem se revezar nos cuidados com as crianças. Atividades com tintas, argila, massinha, etc. podem ajudar os pequenos a manifestar seus sentimentos mais agressivos e seus desejos de regressão.



O sentimento de ciúme deve ser encarado de forma natural. Ele é próprio do ser humano! Se os pais fizerem um esforço contínuo para ajudar seus filhos em suas angústias, nossos pequenos estarão tendo a oportunidade de aprender, a cada dia, a se ajustar às novidades e a abrir mão do egocentrismo próprio da primeira infância. Pense nisso!



* Monica C. Burg Mlynarz é psicóloga clínica com especialização em Psicologia Educacional e Terapia de Família.


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