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Palavra do especialista, Depressão
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Meu filho de 2 anos é alegre, sorridente, feliz. Entretanto, minha esposa tem Síndrome do Pânico e toma medicamentos fortes, que a derrubam boa parte do dia. Ela está muito triste, pois meu filho não quer ficar com ela. Como ela fica muito tempo dormindo, ele evita até de entrar em nosso quarto. Às vezes, acordando de madrugada, ele me procura. Minha esposa acorda para acudi-lo, mas ele grita ainda mais, me chamando. Estou muito aflito, pois a auto-estima de minha esposa está cada vez pior. Para tentar melhorar a situação, ela decidiu ir para a casa de sua mãe, mas parece que meu filho fica muito irritado até com a vovó. Quando eu chego, ele faz festa. Até eu fico sem jeito, pois todos acham que eu estou tirando o filho de minha esposa. Não sei mais o que fazer!
O comportamento do menino é coerente, já que percebe que, pela medicação, a mãe não se relaciona com ele como (tenho certeza!) os dois gostariam. Por outro lado sua mulher tem que fazer o tratamento! Sugiro discutir com o profissional que cuida dela uma mudança ou diminuição na dose da medicação. Por outro lado, pode ser importante que sua esposa também procure ajuda psicológica. Você é uma figura importante para ela e para seu filho. Não se sinta culpado. Aprenda que entre o ideal e o possível, a gente deve sempre optar por fazer o possível.
Meu filho de 2 anos anda deprimido, sem vontade de brincar. Estou trabalhando muito e com pouco tempo para ficar com ele. Acredito que essa seja a causa da depressão.
Seu filho pode estar muito triste, sentindo falta do contato com você e assim apresentando diversos sintomas, Tente, na medida do possível, mudar um pouco os horários, brinque bastante com ele e mantenha um contato bem próximo com o menino. É possível que ele melhore apenas com essas alterações. Se não der resultado, sugeriria que você o levasse a um psiquiatra ou psicólogo para um diagnóstico.
Sou viúva há 8 meses e tenho 2 meninos, um de 5 anos e outro de 2. Meu marido era um pai muito presente e deixou uma lacuna enorme em nossas vidas. Meu filho mais velho é o que mais sofre: ele ainda não sabe lidar com a saudade e sempre pede para o pai voltar. Nós conversamos sobre o assunto, mas a falta de uma presença masculina em casa é muito grande. Ele comentou comigo que o pai era o único adulto que brincava com ele e dava risadas. O que posso fazer para diminuir a tristeza das crianças?
Em nossa cultura a morte é uma condição de difícil aceitação. Mesmo assim as crianças devem saber da verdade. Trate os pequenos como seres pensantes, inteligentes e sensíveis. Eles têm todo o direito de sentir dor, tristeza e saudade. É normal levar, em média, um ano para conseguir elaborar o luto. Devemos agir honesta e respeitosamente com as crianças e, acredite, podemos aprender muito com elas. Seus filhos precisam ter claro, no coração, que o pai que brincava e dava risadas não voltará mais. Cada família tem suas crenças, por isso as respostas sobre o tema não são universais. Use as que você acredita, sem induzi-los a pensar que o pai está em algum lugar de onde possa voltar. A atitude que você teve de conversar com eles foi extremamente importante. Continue mantendo um diálogo com os pequenos.