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O vaivém do sono

Por Dr. Leonardo Posternak * em 24/11/2000


O sono se modifica durante o desenvolvimento normal da criança. Ele muda sua organização, duração e ritmo.

Os recém-nascidos e os bebês pequenos, por exemplo, dormem por volta de 16 horas diárias, com intervalos de três a quatro horas. Com o tempo, passam a dormir menos. Por volta de 1 ano, podem dormir até 12 horas por noite, com duas sonecas durante o dia, que pouco a pouco irão abandonando. Isso não significa que toda criança se comporte assim, pois as diferenças individuais existem e alguns desvios de rota não devem ser interpretados como algo anormal.


Já para a cama


Até o primeiro ano de vida, as condutas na hora de dormir variam de acordo com os diferentes momentos do desenvolvimento da criança. Isso acontece porque o simples ato de adormecer está ligado a sua evolução psíquica. Confira:

O lactente

No primeiro mês, o bebê dorme facilmente sempre que está satisfeito em suas necessidades afetivas e bem alimentado. Esse conforto está totalmente relacionado com a figura da mãe (que representa o alimento) e também com segurança, carinho e conforto afetivo. Uma mãe sintonizada com seu filhote descobrirá rapidamente qual a melhor maneira de embalá-lo ou o que o ajuda a adormecer. Por exemplo:


  • Ele adormece mais facilmente no colo ou no berço.
  • Prefere o silêncio absoluto, gosta de uma música suave ou de uma cantiga de ninar.
  • Pega no sono segurando o polegar da mãe ou uma parte de seu corpo.

    O bebê entre 8 e 9 meses

    Esse período é marcado por um sono mais agitado, pois ele coincide com a angústia da separação. A criança fica ansiosa e insegura com a fantasia de que pode perder sua mãe e o sentimento se aprofunda quando ela fica sozinha no escuro.


    Esse é um momento delicado entre mãe e filho. Embora seja uma fase fundamental para seu desenvolvimento, ela não é fácil para ambos os lados. O bebê, que até bem pouco tempo dormia tranqüilamente e por horas seguidas, transforma-se num chatinho que resiste ao sono, chora, grita ou esperneia. Só depois de muito desgaste e muita paciência ele consegue dormir. Porém o sossego dura pouco: ele acorda de hora em hora, ou até em intervalos menores, deixando seus pais bravos e muitas vezes com uma forte sensação de impotência. Felizmente, essa fase é temporária e não costuma durar mais do que 20 a 30 dias.

    Um sono mais tranqüilo

    Não existem soluções mágicas, mas com certos cuidados e muito carinho a mãe poderá acalmá-lo:


  • É a mãe quem deve ir ao quarto acudir o filho. É por ela que ele chama, já que a angústia se refere à separação da mãe. Se é o pai quem aparece, isso pode significar para o bebê a confirmação definitiva do sumiço materno.
  • O ideal é tentar acalmar o bebê sem tirá-lo do berço por meio de um toque ou de alguma canção. Se mesmo assim ele não se acalmar, não deixe de pegá-lo no colo.

    Criança de 1 ano

    A cena se repete toda noite, na hora de dormir: a criança teima e não quer ir para a cama. Geralmente, isso pode ocorrer quando ela está prestes a andar e fica mais excitada. Isso tende a passar logo. As outras causas da falta de sono recorrente devem ser investigadas durante o dia. A criança segura, bem alimentada, que consegue brincar e manter um bom relacionamento com os pais e recebe limites claros e precisos terá melhores condições de dormir mais e com mais tranqüilidade. É sempre bom lembrar que cada pessoa tem seu ritmo e dorme o tempo que precisa, o que nessa idade varia de 8 a 12 horas por noite.


    Um sono mais tranqüilo

    A transição da fase de vigília para a de sono se dá de maneira abrupta. Num instante, milhões de células nervosas entram em repouso. No campo emocional e psicológico, essa transição é mais lenta e progressiva. Isso explica porque, às vezes, a criança dá claros sinais de que está cansada mas não consegue dormir rapidamente. Com muito jeito é possível ajudá-la a relaxar e se entregar ao sono com mais facilidade.



    Está mais do que comprovado que a criança precisa de uma fase intermediária entre a vigília e o sono, como preparação para dormir.
    Por isso, atividades relaxantes e tranqüilas são sempre bem-vindas. O mais indicado é que tanto o pai como a mãe participem dessas atividades, que devem ser calmas e repetitivas, como ouvir música, contar histórias sem cenas perigosas ou desenhar.


    O quarto da criança não deve ser usado apenas para dormir, como se fosse um local de castigo. Ele também deve ser ocupado como um espaço para brincar e interagir. Deve ser sentido pela criança como um local prazeroso e tranqüilizador que afasta o medo e a dificuldade para dormir.


    * Dr. Leonardo Posternak é médico pediatra,
    membro do Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein.
    Co-autor do livro
    E Agora, o que Fazer? A Difícil Arte de Criar os Filhos
    , Editora Best Seller.
    Autor de
    O Direito a Verdade - Cartas Para Uma Criança
    , Editora Globo.


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