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A importância do pré natal

Por Dr. Thomaz Rafael Gollop * em 23/11/2000


Consultas periódicas e exames de laboratório são fundamentais desde o início da gravidez. Dessa forma seu médico poderá acompanhar o desenvolvimento do bebê.

Logo que você confirmar a gravidez, converse com seu médico e comece uma rotina de acompanhamento. O principal objetivo do pré-natal é cuidar da saúde física e mental da mãe durante a gravidez. Só assim ela terá as condições necessárias para gerar um bebê sadio. Muita gente não sabe, no entanto, que esse controle mensal é, também, um precioso instrumento na identificação prematura de problemas que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.


Na primeira consulta, o obstetra procura saber o maior número possível de detalhes sobre a futura mamãe. Saia de casa com respostas para estas perguntas mais freqüentes:


  • idade, tipos de contraceptivos usados, data da última menstruação
  • ocorrência de gravidez múltipla, diabetes ou outra doença congênita em sua família e na do pai do bebê
  • histórico de doenças pessoais de origem viral, cardíaca, pulmonar ou renal
  • hábitos como fumo e uso de álcool
  • gestações anteriores ou abortos
  • consangüinidade
  • uso de drogas na gravidez
  • casos de defeito físico ou retardo mental na família


    Na mesma ocasião, seu médico irá examiná-la por completo - fará uma avaliação das mamas, útero, peso, altura e pressão arterial, seguida do exame ginecológico para determinar:


  • a presença da gravidez

  • se o tamanho do útero está de acordo com o período calculado de gestação
  • que se trata de uma gravidez normal
  • se há alguma infecção vaginal
  • exame clínico completo


    Não se preocupe: nada machucará seu bebê. Dentro de você, ele está muito bem protegido.

    Exames de rotina

    Um pré-natal completo e criterioso inclui alguns exames simples, feitos em laboratório, que envolvem:


    Testes de sangue para identificar:

  • possíveis anemias ou infecções
  • grupo sanguíneo da mãe e possível incompatibilidade entre seu fator RH e o do feto
  • presença de anticorpos que prejudiquem o bebê, como no caso de mãe RH negativa já sensibilizada
  • exames que verifiquem se há ou não risco de infecções que possam comprometer o bebê se ocorrerem durante a gravidez
  • presença do vírus HIV. Em caso positivo, ainda há tempo de tomar providências que evitam a contaminação do bebê


    Parasitológico de fezes para identificar:

  • vermes que "roubam" sangue e alimento da gestante, causando anemia
    Urina Tipo 1 para identificar:

  • infecção urinária a ser tratada antes de acarretar complicações como parto prematuro. Este exame pode se complementado com uma cultura, que determina o tipo de infecção da paciente. Infecções urinárias devem sempre ser tratadas na gravidez.


    Ultra-sonografia:



    Este exame é sempre esperado com muita emoção pelos pais, uma vez que permite que se "enxergue" o bebê antes mesmo que a mãe possa senti-lo em seu útero. Agora ele é mesmo "de verdade"! Se estiver especialmente ativo no dia do exame, alguns movimentos das mãozinhas e pés poderão ser percebidos.


    Uma das mais solicitadas atualmente é a que mede a translucência nucal (tn). Feito entre a 11ª e a 13ª semana de gestação, o exame avalia o desenvolvimento fetal e calcula o tempo de gestação. Além disso, mede um espaço líquido na nuca do feto para detectar possíveis malformações, como, por exemplo, a Síndrome de Down.


    Outro exame importante é a ultra-sonografia morfológica, realizada aos 5 meses, ou seja, por volta da 21ª semana de gravidez. Trata-se de um exame detalhado que visa avaliar o desenvolvimento de todos os órgãos do bebê. Nesse momento já é possível saber o sexo.



    Outros exames



    Dependendo da primeira avaliação da gestação, de sua idade e de seu histórico de saúde, o obstetra poderá prescrever exames mais detalhados, como:


    Amniocentese: identifica doenças hereditárias, infecções e obtém uma análise cromossômica. É feita entre a 15a e a 20a semana de gestação e oferece um risco de aborto de 0,5%.



    Dopplerfluxometria: identifica insuficiência placentária, que prejudica a nutrição e a oxigenação fetal e pode comprometer seu crescimento. É feita em época e freqüência indicadas pelo médico. Aqui não há riscos para o bebê.


    Biópsia de placenta: detecta malformações, doenças genéticas e pode ser usada como teste de paternidade. É feita entre a 11a e a 13a semana, e o risco para o feto é a lesão de pequenos vasos sanguíneos, causando sangramentos. Os riscos são da ordem de 1%.



    Teste triplo: identifica a dosagem de três hormônios no sangue materno, o alfafetoproteína, o beta-HCC e o estriol, produzidos pela placenta e pelo feto. Essas dosagens podem indicar riscos de o bebê ser portador de síndromes e malformações de coluna. É feito a partir da 12a semana sem riscos para o feto. Entretanto, como no Brasil não é rotineira a realização desse tipo de exame, sua freqüência de falsa possibilidade é alta. Atualmente não é indicado na prática médica.


    Cordocentese: detecta doenças hereditárias, infecções e determina dosagem de hemoglobina nos fetos com fator Rh incompatível com o da mãe. É feita a partir da 17a semana, com risco de aborto de 1 a 1,5 %.



    * Dr. Thomaz Rafael Gollop é obstetra, ginecologista, geneticista; professor responsável pela disciplina Aconselhamento Genético do Curso de Pós-Graduação no Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.


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