Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Fotos antigas enriquecem o presente

Por Luiza Helena Marcondes *


O álbum de fotos revela muito mais que a história de cada família. Descubra porque ele é importante para seu filho.

Qual a sua história? Como foi a sua infância? Quem são seus antepassados? Todos nós gostaríamos de responder a essas questões e contar - com riqueza de detalhes - a própria origem. Mas nem todas as pessoas conseguem montar um arquivo com fotos e documentos capazes de reproduzir um pouco da sua trajetória. Saiba que esse resgate é importantíssimo para a criança!


Para a psicanalista Maria Stella Sampaio Leite, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, o registro familiar não é apenas uma lembrança. É uma maneira de entrar em contato com o passado e observar as transformações ocorridas no decorrer dos anos.


E para as crianças essa memória é fundamental para o crescimento e desenvolvimento emocional. "Com ilustrações o pequeno consegue visualizar e aprender um pouco do que ocorreu em sua vida", afirma a especialista.


Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, professora de psicologia da Universidade de São Paulo, diz que ter um álbum de família sempre ao alcance da mão, em casa, ajuda a fornecer a seu filho um centro de referências no seu processo de formação pessoal. "Uma criança sem fotos de quando era menor, de seus pais ou dos avós sofre uma grande limitação, na medida em que não tem esse referencial para se recordar", ela conta.

Recordar é viver

Não tenha preguiça de compartilhar a história com seu filho. Tenha a certeza de que será bom para ambos. Enquanto o baixinho se diverte olhando as fotos e desperta a curiosidade pelos fatos da família, você se recorda dos bons e maus momentos. Lembre-se: recordar é viver!


Segundo a professora, é essencial não omitir os fatos desagradáveis ou tristes ocorridos com os parentes. "Os sentimentos de dor e perda não são menos importante que os de alegria e tristeza", afirma. Conversar sobre esses momentos fará com que seu filho entenda um pouco da dinâmica familiar. Os baixinhos entenderão que nem tudo é um mar de rosas e que as pessoas passam pelas nossas vidas deixando marcas.


Carmen Lúcia Souza, que também é professora de psicologia da Universidade de São Paulo, em São Paulo, revela que os pequenos adoram ouvir histórias e "casos" relatados por seus pais e parentes próximos, como os avós ou os tios. "As crianças costumam apreciar muito a leitura de cartas ou mensagens escritas na época em que ela ainda não existia. As fotos e os desenhos são formas de contato com um momento fantástico: a história da família à qual se pertence".

Fatos e fotos

Mas o que fazer para motivar seu filho e despertar o interesse pelos parentes mais distantes? A psicanalista Maria Stella afirma que esse é um processo natural. Por volta dos três anos, o pequeno está numa fase de intensa curiosidade, pergunta muito e quer saber sempre mais.


Aproveite essa oportunidade e mostre a ele alguns álbuns. A princípio ele terá mais vontade de ver as próprias fotografias. "A criança adora se ver", conta a especialista. Mas conforme ela cresce desenvolve o interesse pelos outros componentes do clã.


"Resgatar a memória é uma forma de melhorar a qualidade de vida não só da criança, mas da própria família, pois auxilia o pequeno a descobrir a sua origem e os pais a retomar contato com um passado às vezes esquecido", completa Carmen.


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